Criam o Prémio EGEDA Platino Industria ao melhor “work in progress” de San Sebastián

A Entidade de Gestão dos Direitos dos Produtores Audiovisuais (EGEDA), a Platino Industria e o Festival de San Sebastián selaram em maio um compromisso conjunto de promoção do cinema latino-americano e dos seus criadores que será posto em prática na 68.ª edição do Festival de San Sebastián que se irá celebrar de 18 a 26 de setembro.

Trata-se do Prémio EGEDA Platino Industria à melhor longa-metragem concorrente do Work In Progress Latam (WIP Latam) do festival basco, produzido ou co-produzido com maioria latino-americana, que se encontre em fase de pós-produção.

O Prémio, que será atribuído por um júri constituído pela EGEDA para o efeito, é dotado de 30.000 euros brutos para o produtor maioritário do filme vencedor e será dado a conhecer após a finalização do evento.

Boreal, de Federico Adorno (Paraguai, México); Piedra Noche, de Iván Fund (Argentina, Chile); La roya, de Juan Sebastián Mesa (Colômbia, França, El empleado y el patrón, de Manuel Nieto (Uruguai, Argentina, Brasil, França); Los restos fósiles, de Jerónimo Quevedo (Argentina), e Jesús López, de Maximiliano Schonfeld (Argentina, França) são os seis filmes que serão apresentados no WIP Latam perante um público de profissionais.

Os filmes foram selecionados entre um total de 229 produções apresentadas.

Boreal é a primeira obra do paraguaio Federico Adorno após realizar as curtas-metragens Isla alta La estancia, apresentados com sucesso nos festivais de Roterdão e Oberhausen, respetivamente. Narra a relação entre uns trabalhadores isolados na inóspita região do Chaco à espera do regresso do patrão menonita.

O argentino Iván Fund, cuja primeira obra Los labios (2010), co-realizada com Santiago Loza, participou em Un Certain Regard de Cannes, constrói com Piedra Noche um drama fantástico a partir de uma tragédia familiar.

O colombiano Juan Sebastián Mesa regressará a San Sebastián com La roya, projeto apresentado no Fórum de Co-produção Europa-América Latina em 2017. Aborda o reencontro entre um jovem camponês com os amigos emigrados na cidade numa perspetiva geracional, tal como fez no seu filme anterior, Los nadie, que ganhou o Prémio do Público da Semana da Crítica de Veneza.

El empleado y el patrón, terceira longa-metragem do uruguaio Manuel Nieto, foca-se na relação entre um filho de fazendeiros que retoma a exploração agrícola familiar e o seu jovem funcionário. La perrera (2006), a estreia de Nieto na realização, foi apresentado no Cine en Construcción em 2005 e concorreu nos Horizontes Latinos e no Festival de Roterdão, onde ganhou o Prémio Tiger.

Los restos fósiles, a primeira obra de Jerónimo Quevedo, conta o salto para o ativismo político de um grupo de adolescentes em pleno processo de greves e ocupações de escolas na Argentina atual. No seu trabalho como produtor destacam-se El auge del humano (2016), que participou no Fórum de Co-produção e ganhou o Leopardo de Ouro de Cineastas do Presente no Festival de Locarno, e Adiós entusiasmo (2017), que estreou na secção Fórum do Festival de Berlim.

Jesús López é a terceira longa-metragem de ficção do também argentino Maximiliano Schonfeld, uma história sobre o luto e a identidade adolescente que foi apresentada no Proyecta do Ventana Sur, em 2018. Germania (2012), a sua primeira obra, foi premiado no BAFICI, ao passo que a segunda fita, La helada negra (2015), estreou na secção Panorama do Festival de Berlim.

Crédito da imagem: fotograma de El empleado y el patrón, do cineasta uruguaio Manuel Nieto.