Na segunda-feira dia 17 de julho foi apresentada na Casa de América a segunda edição do Anuário do Cinema Ibero-americano 2016: um relatório realizado sob a ideia e direção de Fernando Labrada Rubio, da Media Research & Consultancy, e Ricardo Vaca Berdayes, da Barlovento Comunicación, com o apoio da Fundación Euroamérica e da Fundación José Ortega y Gasset – Gregorio Marañón.
O Anuário apresenta dados sobre a exibição de filmes estreados em salas comerciais ao longo de todo o ano de 2016 e coloca a ênfase em cada um dos 22 países que compõem a Comunidade Ibero-americana: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Equador, Espanha, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Porto Rico, República Dominicana, Uruguai e Venezuela.
No conjunto, os 22 países estrearam no ano passado 900 obras de produção própria em salas comerciais. Delas, 208 foram exibidas na Argentina (23,11%), 188 em Espanha (20,88%) e 170 no Brasil (18,88%). Também 234 foram primeiras obras, o que equivale a 26%.
Os 900 títulos foram vistos por um total de 102,6 milhões de espectadores. O Brasil lidera este ranking com 33,62 milhões. Seguem-se o México, com 31,27 milhões de espectadores, e Espanha, com 16,46 milhões.
Quanto à quota de mercado alcançada pelo cinema ibero-americano nos seus respetivos países, a República Dominicana lidera a lista com 26%. Seguem-se o Brasil, com 18,17%; Espanha, com 17%; a Argentina, com 14,27%, e o Peru, com 11,11%. Os restantes países não ultrapassam com o seu cinema 10% da quota de mercado, e dez deles não atingem os 3%.
Bilheteira e receitas
As maiores vendas de bilheteira foram para o brasileiro Os Dez Mandamentos. O Filme, primeira obra de Alexandre Avancini, com 11,35 milhões de espectadores. Em segundo lugar está outro filme brasileiro, Minha mãe é uma peça 2, de César Rodrigues, com 8,18 milhões de espectadores. Seguem-se dois mexicanos: Qué culpa tiene el niño, de Gustavo Loza, com 5,98 milhões, e No manches, Frida, de Nacho G. Velilla, com 5,20 milhões, respetivamente. E em quinto lugar, o espanhol Un monstruo viene a verme, de Juan Antonio Bayona, com 4.61 milhões.
Quanto a géneros, no primeiro lugar situam-se os dramas, com 322 títulos (35,77%) do total do cinema ibero-americano estreado na região, e os documentários, com 312 títulos (34,66%). Em terceiro lugar estão as comédias (148, 16,44%) e a seguir os thrillers (54), os filmes de terror (23), os de ação (15), os de aventura (6) e os de animação (5), entre outros.
As receitas de bilheteira do total de filmes exibidos nos 22 países da Ibero-América representam 8,89% da box office total mundial, com 3,43 mil milhões de dólares. Porém, dessa box office total o cinema ibero-americano só atinge 0,92%, isto é, 355,6 milhões de dólares.
“Neste ponto não podemos deixar de referir a importância e o peso que o cinema estrangeiro e fundamentalmente norte-americano tem na região”, lê-se na introdução do Anuário.
As estreias estrangeiras somam 4.515 face às 900 de produção própria. Além disso, trata-se de 4.515 filmes que puderam ser vistos na maioria de países da região, enquanto os de produção própria maioritariamente estrearam apenas nos seus países de origem.
Exceto na Argentina, onde contra 213 filmes estrangeiros estrearam 208 nacionais, e de certo modo no Brasil, com um rácio de 331/170 a favor dos estrangeiros. Nos restantes países, as estreias estrangeiras são mais do dobro ou do triplo que as de produção própria.