‘El agente topo’, da chilena Maite Alberdi, nomeado para os Óscares

O filme chileno El agente topo, da reconhecida documentarista Maite Alberdi, entrou na restrita lista dos nomeados que irão concorrer na 93.ª edição dos prémios Óscar da Academia das Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos que se irá celebrar no domingo dia 25 de abril de 2021.

Juntamente com este filme, antes da passada segunda-feira dia 15 em que a lista definitiva foi dada a conhecer, também estavam pré-selecionados na categoria de Melhor filme internacional o mexicano Ya no estoy aquí, de Fernando Frías de la Parra, e o guatemalteco La llorona,de Jayro Bustamante.

Finalmente, El agente topo irá concorrer na categoria de Melhor filme documental junto com o romeno Colectiv (Collective), de Alexander Nanau; o sul-africano My Octopus Teacher (Professor Polvo), de Pippa Ehrlich e James Reed; os estado-unidenses Time, de Garrett Bradley, e Crip Camp: A Disability Revolution (Revolução pela inclusão), de James Lebrecht e Nicole Newnham.

É o primeiro filme chileno que concorre na categoria documental dos Óscares (No, de Pablo Larraín, concorreu à estatueta de Melhor filme internacional na 85.ª edição de 2013, e Una mujer fantástica, de Sebastián Lelio, obteve-a na 90.ª edição de 2018), ao mesmo tempo que Alberdi se torna na primeira mulher chilena com um filme nomeado para os prémios da Academia hollywoodense.

El agente topo narra a história de Rómulo, um detetive privado a quem uma cliente pede para investigar o lar de idosos onde a mãe reside, no qual se suspeita que os funcionários maltratam os residentes. Rómulo decide então treinar Sergio, de 83, para se infiltrar como agente encoberto. Uma vez dentro do lar, Sergio acaba por se transformar, mais do que num espião, num aliado dos seus adoráveis colegas.

“O meu filme de detetives é uma desculpa para ver um assunto que, sem essa desculpa, talvez ninguém visse”, dizia Alberdi na semana passada na entrevista feita por Camila Osorio para o jornal El País de Espanha.

Quando foi confirmada a nomeação, acrescentou o seguinte: “Esta nomeação significa para cada adulto idoso que o mundo ainda os vê e valoriza, e ajuda-nos a lembrar-nos de que não só é importante aumentar a esperança de vida mas sim o desejo de viver”.

Com El agente topo, Alberdi soma oito documentários na sua filmografia (já realizara cinco longas-metragens: El salvavidas, Propaganda, La Once, Los niños, Dios, e duas curtas: Las peluqueras e Yo no soy de aquí) com que ganhou uma larga dúzia de prémios nos festivais internacionais mais importantes.

Sem ir mais longe, o filme com que chega aos Óscares obteve o Prémio EFADs-CAACI no Fórum de Co-produção Europa-América Latina do Festival de San Sebastián 2017.

O seguinte vídeo elaborado pela CinemaChile para a ocasião apresenta uma amostra da obra de Maite Alberdi em cinco brevíssimas passagens: