Com a gala da IV edição dos Prémios Platino do Cinema Ibero-americano, celebrada no sábado 22 de julho na Caja Mágica de Madrid, encerrou uma semana fundamental para a cinematografia da nossa região, com a capital espanhola como epicentro dos encontros, debates e comemorações.
Os eventos começaram na segunda-feira dia 17 com a apresentação na Casa da América da segunda edição do Anuário do Cinema Ibero-americano 2016: um relatório que apresenta dados sobre a exibição de filmes estreados em salas comerciais ao longo de todo o ano nos 22 países que compõem a Comunidade Ibero-americana. O Anuário tem a assinatura da Media Research & Consultancy e da Barlovento Comunicación, e conta com o apoio da Fundación Euroamérica e da Fundación José Ortega y Gasset – Gregorio Marañón.
Três dias mais tarde, na quinta-feira dia 20, a VI edição do Fórum EGEDA-FIPCA, organizado pela Entidad de Gestión de Derechos de los Productores Audiovisuales (EGEDA) e pela Federación Iberoamericana de Productores Cinematográficos y Audiovisuales (FIPCA), reuniu 250 pessoas do setor cinematográfico ibero-americano, que conversaram sobre dois assuntos cruciais para o fortalecimento da cinematografia ibero-americana: a necessidade de incluir o cinema nos programas educativos e como formar as nossas sociedades a nível audiovisual.
Uma das conclusões mais importantes a que os oradores chegaram é que, apesar do esmagador consumo de material audiovisual pelos jovens, as artes audiovisuais e a comunicação audiovisual não costumam ser objeto de estudo nos ciclos formativos iniciais, ao contrário de outras disciplinas como a literatura, as artes plásticas ou a música. Daí terem-se proposto atingir os seguintes objetivos:
- A criação de um programa de educação audiovisual ibero-americano.
- A criação e atualização de um catálogo de títulos suficientes para diferentes idades.
- A insistência em criar consciência cidadã e democrática sobre o respeito pela obra criada, pelos direitos que ela gera e pelas formas legais em que é distribuída e deve ser consumida.
No sábado dia 22, na gala da IV edição dos Prémios Platino, os chamados “óscares” do cinema ibero-americano, o grande vencedor foi o filme argentino El ciudadano ilustre, realizado por Mariano Crohn e Gastón Duprat, e escrito pelo irmão dele, Andrés Duprat.
A fita, que recebeu o apoio do Ibermedia – um dos programas da CAACI – na Convocatória 2015, venceu em três categorias: Melhor filme ibero-americano de ficção, Melhor interpretação masculina para o ator Óscar Martínez e Melhor argumento para Andrés Duprat, além dos Prémios do Público para o melhor filme e melhor ator.
Outros filmes que arrecadaram mais de uma estatueta foram Un monstro viene a verme, do espanhol Juan Antonio Bayona, com quatro: Melhor montagem, Melhor direção de arte, Melhor fotografia e Melhor som; e Julieta, do seu compatriota Pedro Almodóvar, com duas: Melhor realização e Melhor música (do compositor Alberto Iglesias).
Por outro lado, o Prémio para a melhor primeira obra foi para a co-produção da Venezuela e México Desde allá, de Lorenzo Vigas; o Prémio para o melhor filme documental, para o espanhol Nacido en Siria; o Prémio para a melhor animação, para o também espanhol Psiconautas, de Pedro Rivero e Alberto Vázquez; e o Prémio que reconhece a educação em valores, para o cubano Esteban, de Jonal Cosculluela.
Uma das novidades da IV edição dos Prémios Platino foi a inclusão da categoria minissérie ou telessérie, e a vencedora foi a co-produção de Cuba e Espanha Cuatro estaciones en La Habana, realizada por Félix Viscarret, baseada nos romances policiais do escritor cubano Leonardo Padura e protagonizada pelo também cubano Jorge Perugorría e a colombiana Juana Acosta.